Melancolia - uma aula sobre depressão - 1° parte



Para a resenha dessa semana, foi escolhido o filme Melancolia do diretor Lars Von Trier, que consegue, a partir da vida de Justine, retratar de forma, praticamente fiel, a depressão. Por causa de sua extensão, a resenha será dividida em duas partes, assim como o filme também o é.


1 - Parte - Justine

A primeira parte tem como foco o casamento de Justine (protagonista), que durante o inicio da trama, parece feliz e realizada com sua festa e com a promoção que recebeu de seu chefe. 



Nesse momento parece que tudo está correndo de maneira perfeita na vida protagonista, porém, Justine começa a apresentar sinais de um quadro depressivo. Ela começa a se isolar no banheiro, nos quartos, em momentos que começa a chorar, ficando grande parte do tempo imóvel e sem forças para reagir, demonstrando que todos os sorrisos que soltava, eram falsos.



Para incompreensão de todos a sua volta, principalmente de seu cunhado, que pagou a festa, Justine de tanta amargura, joga tudo fora, seu sofrimento até então escondido, vem a tona. Ela pede demissão de seu emprego e acaba com seu casamento. Demonstrando de forma simbólica que, até no momento mais feliz da vida da maioria das pessoas o depressivo pode se sentir amargurado e infeliz.



Sobre depressão, segundo muitos manuais e livros de Psicopatologia como o DSM - V e Dalgalarrondo (2008), entre seus sinais, ela tem como os dois principais a perda de interesse ou prazer e o humor deprimido, que normalmente persistem todos os dias por um longo período. Além disso ela também envolve, excesso ou falta de sono, cansaço, sentimento inutilidade, entre outros. Ou seja, afeta todas as áreas da vida da pessoa.



Numa visão psicanalítica, tem-se como clássico, o trabalho "Luto e melancolia" (1917), em que Freud relatou que a pessoa com melancolia (depressão) entra em um processo de autoflagelação subjetiva, como se uma parte de sua mente, atacasse seu próprio eu, o acusando, o desvalorizando. Nessa condição, conforme Pinheiro,Quintella e Verztman (2010), o eu chega a uma condição de vazio absoluto, algo que se torna perceptível na dor e sofrimento de Justine, que se acentua na segunda parte.



Continua... 
Quando o Melancolia aparece!

Psicólogo Renan Souza de Oliveira CRP 06/151946

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Referencias do texto:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed. Estudo Empírico, 2008.

Freud, S. (1917/1996). Luto e melancolia. Obras completasESB, v. XV. Rio de Janeiro: Imago


PINHEIRO, Maria Teresa da Silveira; QUINTELLA, Rogerio Robbe; VERZTMAN, Julio Sergio. Distinção teórico-clínica entre depressão, luto e melancolia. Psicol. clin.,  Rio de Janeiro ,  v. 22, n. 2, p. 147-168,   2010 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652010000200010&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  30  maio  2019.

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