Hannibal Lecter – parte 1
Perversão e Psicopatia
Em outros posts mergulharemos na história de Hannibal, que é
um psiquiatra canibal que como troféu comia suas vitimas, passando anos a solta,
sem ninguém desconfiar. Esse personagem deu Anthony Hopkins o óscar de melhor
ator coadjuvante em apenas 15 minutos de aparição. Porém é importante ter noção
de alguns conceitos, que serão apresentados nesse post, antes de entrar nos
filmes.
Psicopatia
A Psicopatia, ao longo do tempo, teve várias conceituações
de diferentes Psicólogos, Psiquiatras e Psicanalistas, sendo que vou citar aqui
é o conceito dos manuais e da psicanalise mais freudiana, que a vê como uma
estrutura subjetiva.
Para a Psicanálise
Estruturas de
personalidade
Dentro da Psicanalise freudiana se têm três grandes
estruturas de personalidade;
Neurose, Psicose e
Perversão.
Na primeira o sujeito luta com e reprime desejos que são
proibidos ou que não podem se realizados diante do mundo real, a pessoa tem um
conflito entre seus desejos (localizados no id para Freud), sua consciência
moral (superego) e a realidade, a maior parte da população se encaixa na
neurose.
Na psicose (loucura) o sujeito recusa a realidade e fica a
mercê do seu própria mundo interno, construindo uma nova realidade, sua, a
partir de delírios (ideias fixas não condizentes com a realidade) e alucinações
(sente nos 5 sentidos coisas que não existem), há uma recusa do mundo real.
(DA SILVA,2015)
Na perversão o sujeito aceita e realiza seus desejos
(diferente da neurose), sendo dominado pelo id, e ao mesmo tempo que se mantém
na realidade (Diferente do Psicótico), uma não anula a outra. Com isso o
sujeito acaba só pensando no próprio prazer, muitas vezes não olhando para o
outro.
Perversão
O perverso necessariamente não é um assassino ou um serial
killer, como é muito visto no senso comum. No geral, são pessoas que se recusam
a aceitar as leis, criando as suas próprias. Elas não têm filtro e buscam uma
continua satisfação, muitas vezes não medindo esforços ou pessoas para alcançá-las.
Por estarem a mercê do id, dos seus próprios desejos, agem muito por impulso e só pensam si, vendo os outros como objetos
para conseguir essas satisfações.
Importante dizer que para a Psicanálise, ela não é inata, a pessoa não
nasce perversa, mas surge a partir de uma construção de situações internas e
externas da vida do sujeito que o levam a se estruturar dessa forma.
(DA SILVA,2015)
Manuais Psiquiátricos
Nos manuais, a
nomeação que mais se aproxima daquilo que é conhecido como perversão
é o transtorno de personalidade
antissocial (só diagnosticado depois dos 18) que é definido como:
“um padrão generalizado de descaso com as consequências e
direitos dos outros”
Nele o sujeito pode um cometer uma série de crimes, fraudes
sem ter remorso ou até mesmo se preocupar com as consequências. Eles apresentam
descaso pelas leis ou pelos outros, podendo assediar e roubar. Por conta da
impulsividade pode-se colocar em situações de risco constantemente, assim como
abusar de álcool drogas etc, além de serem inconsequentes, perdendo inúmeros
empregos durante a vida. São pessoas marcadas por não sentirem remorso em suas
ações, até mesmo justificando o que não se pode justificar.
Para esses manuais, a pessoa teria que atender a uma série
de sinais clínicos para se fechar um diagnóstico, no caso um transtorno e não
uma estrutura.
Desfecho
Seja vista como estrutura perversa ou psicopatia, é partir
desses conceitos que serão feitas as analises dos filmes Silêncio dos Inocentes
e Hannibal a origem, então acompanhe a página pois sairão em breve.
Psicólogo Renan Souza
CRP 06/151946
Insta:@Psirenansouza
AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de
transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.
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